UMA QUESTÃO DE CARÁTER (II)

Como vimos no artigo anterior, sob o mesmo título acima, do jornalista Paul Tough, levanta discussões instigantes a respeito do atual paradigma da educação, questionando o valor dado à hipótese cognitiva sem levar muito a sério os valores não cognitivos. Para ele, no atual paradigma, uma criança inteligente e bem-sucedida é aquela capaz de memorizar todo o conteúdo transmitido em sala de aula.

Ele argumenta que devemos dar um melhor direcionamento na formação do caráter do aluno, ou seja, em sua capacidade não cognitiva, tais como curiosidade, persistência e determinação.

A sua argumentação tem por fundamento um extenso trabalho de pesquisa junto de várias escolas particulares e públicas, de Nova Jersey - EUA. Tudo começando após o nascimento de seu primeiro filho, Ellington.

Não admitiria que seu filho crescesse numa cultura impregnada na crença de que o sucesso de um aluno dependesse basicamente de sua capacidade cognitiva - um tipo de inteligência que pode ser avaliado em testes de QI. Além da capacidade de identificar letras e palavras, calcular, detectar padrões e, portanto, a melhor maneira de desenvolver essas capacitações é praticá-las, começando o mais cedo possível. A importância dada à hipótese cognitiva tornou-se universalmente aceita. Na verdade, seu advento remota aos idos de 1994, quando um relatório da Carnegie Corporation soou como um alarme a respeito do desenvolvimento cognitivo das crianças americanas. O problema estava no fato das crianças não receberem os estímulos cognitivos suficientes nos três primeiros anos de vida, cuja causa era o crescente número de famílias monoparentais e de mães trabalhando fora e, portanto, as crianças chegavam para escola, despreparadas.

A respeito, a Viviane Senna enfatiza no prefácio do livro, em foco, que nas duas últimas décadas as políticas educacionais no Brasil e no mundo foram dadas mais importância aos "estoques cognitivos"(traduzidos nos conhecimentos contidos nas disciplinas), tanto em salas de aula, quanto nas políticas de avaliação.

Lembremos os argumentos de Paul Tough no sentido de que não são as notas altas a melhor garantia de sucesso, mas sim, a determinação, a persistência e o foco que complementam o sucesso na vida profissional e na formação do caráter do cidadão.

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